CRIADO PELA SEGEAM, PROGRAMA DE APOIO À SAÚDE MENTAL JÁ ULTRAPASSA 3,4 MIL ATENDIMENTOS

Manaus, 23 de fevereiro de 2022 – O Programa Ações que Resgatam, criado pela Associação Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas (Segeam), após o início da pandemia da Covid-19, acumulou, em 2021, quase 3,5 mil atendimentos a profissionais de saúde e colaboradores vinculados à instituição. A iniciativa surgiu com o propósito de prestar apoio multidisciplinar àqueles que atuam na linha de frente e que garantem uma assistência humanizada e de qualidade à população atendida no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. 

Os dados compilados em janeiro deste ano, pela Associação, mostram que, entre os atendimentos, 1.947 (57,14%) foram feitos pela equipe de psicologia do programa; 783 pela fisioterapia e 677 por assistentes sociais. As informações foram apresentadas ao Instituto Qualisa de Gestão (IQG), no processo de Certificação por Distinção do Serviço de Enfermagem em andamento na Segeam. A certificação tem por objetivo reenquadrar a enfermagem na estratégia das organizações onde atuam. O programa foi avaliado como um incentivador para melhoria da qualidade de saúde profissional e consequentemente a melhoria da qualidade da assistência. 

De acordo com a coordenadora do programa Ações que Resgatam, psicóloga Quézia Freitas, os atendimentos seriam, inicialmente, temporários. Mas, com o avanço da pandemia da Covid-19 no Estado, que resultou no aumento expressivo de atendimentos nas unidades públicas de saúde nas quais atuam os colaboradores da Associação, notou-se a necessidade de tornar o programa permanente, de forma a ampliar o acolhimento de profissionais e seus familiares. 

A Segeam é, hoje, uma das principais prestadoras de serviços de enfermagem especializada ao SUS no Amazonas, com mais de 1,1 mil associados. Os números gerados a partir dos atendimentos poderão ser utilizados, no futuro, como indicadores para a formulação de políticas na área da saúde mental, tendo como público-alvo os profissionais da saúde, os quais figuram entre os principais fatores afetados pela pandemia. 

“Nossos colaboradores atuam na linha de frente e absorvem boa parte dos impactos causados pela pandemia, principalmente, em unidades de grande porte para o atendimento em alta complexidade, como é o caso dos prontos-socorros Dr. Platão Araújo, 28 de Agosto e Dr. João Lúcio, além das maternidades públicas. Vivemos momentos difíceis e entendemos que esse apoio é essencial para que os profissionais mantenham o equilíbrio durante a assistência, pois, para cuidar de alguém, precisamos antes, focar no autocuidado”, destacou Quézia Freitas. 

Pesquisa aponta os impactos da pandemia na saúde mental 

Buscando dados sobre os impactos da pandemia na saúde mental dos profissionais que atuam no SUS, em São Paulo (SP), o IQG desenvolveu uma pesquisa, a qual apontou que 93,3% dos entrevistados apresentaram, ao longo de 2021, quadros de sobrecarga mental e sensação de fadiga. Outros 92,2% relacionaram o estresse do trabalho à irregularidade do sono e apetite, além de enjoo e náusea. 

A pesquisa “Segunda Vítima”, validada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS/SP), abrangeu 1.561 profissionais – médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – que trabalham em UBSs, AMAs, UPAs e hospitais da cidade de São Paulo. 

Questionados sobre suporte emocional, 62,6% dos profissionais afirmam que discutir as situações ruins com os colegas oferece sensação de alívio. Mas 85,7% dos participantes disseram que buscam esse suporte emocional entre amigos e familiares. 

Entre os 1.561 profissionais que participaram da pesquisa realizada pelo IQG, 29,6% ultrapassam 12 anos de profissão; 16,7% têm de 9 a 11 anos; 16,2% estão entre 6 e 8 anos de carreira. Outros 19% têm entre 3 e 5 anos; já 18,5% responderam ter 2 anos de profissão ou menos. 

O maior percentual de respondentes foi de agentes comunitários de saúde (29,7%), seguido por enfermeiros (15,1%), técnicos e auxiliares de enfermagem (13,6% e 11,3% respectivamente) e médicos (9,2%). Dentistas (2,9%), assistentes sociais (1,1%), psicólogos (1%) e fisioterapeutas (0,8%) também participaram. 

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